A parcela de quase um terço das cédulas de menor valor (de R$ 2 e de R$ 5) em circulação no Brasil está em condição ruim de conservação e já deveria ter sido trocada. A informação consta de pesquisa inédita feita pelo Banco Central, que revela ainda que a cédula com a pior condição no Brasil é a de R$ 2: cerca de 30% dessas cédulas estão em condição ruim de conservação ou têm algum tipo de avaria, como riscos, furos, fitas adesivas e grampos.
A primeira pesquisa de qualidade das cédulas confirma que o que brasileiros percebem no dia a dia: as notas de menor valor são as que têm pior condição. Não é só dinheiro com a tartaruga no verso que sofre com a baixa qualidade: 22,4% das notas de R$ 5, com a garça, estão em condições inadequadas para circulação.
O diretor de administração do Banco Central, Altamir Lopes, diz que o fato de essas notas circularem muito mais na economia explica sua condição pior. 'As cédulas de menor valor são aquelas que circulam mais e acabam ficando mais tempo na economia sem chegar aos bancos. Já as de maior valor acabam sendo levadas ao banco para depósito.'
Altamir pede ajuda aos comerciantes para que a qualidade do dinheiro brasileiro melhore. 'Aos comerciantes que receberem uma cédula que não está em bom estado, peço que a troque nos bancos ou que seja depositada. A rede bancária é obrigada a trocar ou aceitar essas cédulas', diz. 'Se há rabiscos, grampos, fita adesiva ou está rasgada, é importante que o comerciante retenha esse dinheiro e o leve à instituição financeira para trocar. Só assim serão trocadas por cédulas novas.'
Entre as cédulas de maior valor - entre R$ 10 e R$ 100, o porcentual de notas inadequadas é menor: de 15%.